Funcionários da Celesc entram em greve por tempo indeterminado em SC

Funcionários da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) anunciaram, nesta segunda-feira (12), uma greve por tempo indeterminado. A paralisação, segundo a Intercel (Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina), é motivada pelas alterações propostas pela empresa na forma de pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Apenas os serviços de urgência e emergência serão mantidos durante a greve.

Para os sindicatos que representam a categoria, a medida favorece um pequeno grupo de trabalhadores em detrimento dos demais. “A proposta que veio da empresa vai no sentido de retirar uma parte da PLR justamente dos trabalhadores que têm os menores salários e repassar para quem tem os salários mais altos”, explicou o  diretor do Sintresc (Sindicato dos Trabalhadores Indústria de Energia Elétrica do Sul de Santa Catarina), Cléber Borges da Silva, em entrevista ao Balanço Geral de Criciúma.

Em nota divulgada à população, a Intercel afirmou que a paralisação se deve à “postura negligente da direção da empresa, tanto na negociação de direitos dos trabalhadores, quanto na gestão”.

“Atuando com uma lógica privada, a diretoria tem precarizado condições de trabalho, o que impacta diretamente no serviço prestado à população. Apesar de todos os esforços da categoria em manter um atendimento de qualidade ao povo catarinense, a gestão dessa diretoria, além de não recompor o quadro de pessoal próprio e aumentar a terceirização, ainda implementou um sistema comercial que segue trazendo transtornos”.

O comunicado também afirma que encaminhou uma proposta em dezembro de 2023 para o Acordo Coletivo de Participação nos Lucros e Resultados 2024, mas que a Celesc não apresentou contraproposta, “em uma tentativa de divisão e enfraquecimento dos trabalhadores”.

Celesc afirma que greve foi anunciada sem antes haver diálogo

Em nota, a Celesc informou que a diretoria da companhia apresentou aos sindicatos de classe uma sugestão inicial de metodologia para a distribuição da PLR, “visando estimular ainda mais o engajamento e a satisfação de todos os empregados”, mas que a greve foi anunciada sem antes dialogar com a empresa.

Também afirmou que, na última sexta-feira (9), foi enviada uma proposta formal buscando avançar nas negociações da PLR, com convite para reunião na próxima terça-feira (13). “Nesta proposta fica assegurada uma parcela mínima de R$ 4 mil para cada empregado da Celesc, independentemente da sua categoria, incluindo atendentes comerciais e eletricistas, parcela a ser paga no mês de outubro deste ano”.

“A Celesc acredita que um diálogo positivo e aberto, certamente contribuirá para um resultado que atenda o melhor interesse de todos os Celesquianos. A Empresa mantém o firme propósito do pagamento da PLR 2024, com valores nos mesmos patamares de 2023, podendo atingir até R$ 56 milhões, com base no atingimento de todas as metas convencionadas”, completou.

Por fim, a companhia informa que a paralisação não é integral, ou seja, não são todos os trabalhadores que aderiram, mas que a greve atinge principalmente as posições de atendimento ao consumidor.

Como ter acesso aos serviços da Celesc durante a greve

A Celesc informou que mais de 20 serviços da empresa podem ser acessados sem que o consumidor saia de casa. A segunda via da fatura pode ser solicitada pelo WhatsApp (48) 99860-0067, no Aplicativo ou Agência Web, onde também podem informar falta de energia, pedir ligação nova, troca de titularidade e outros 20 serviços.

Já no 0800 048 0120 os clientes podem solicitar serviços e tirar dúvidas 24 horas por dia. Se precisarem de atendimento emergencial, o telefone é 0800 048 0196. Mais informações podem ser obtidas por meio do site www.celesc.com.br.

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*Foto: Eder Luiz